<font color=0094E0>Marcar a diferença</font>
Sob o lema «Por um Portugal de progresso e justiça social numa Europa de paz e cooperação», foi apresentada, quinta-feira, em Lisboa, Ilda Figueiredo como a primeira candidata da CDU ao Parlamento Europeu. Nesta iniciativa, que contou com a presença de mais de 500 pessoas, Jerónimo de Sousa afirmou que a CDU é a única força cujo o reforço eleitoral e político pode pôr fim à alternância e abrir portas à construção de uma alternativa política. «A grande força que junta, que une e torna mais próxima a possibilidade de uma ruptura com a política de direita», sublinhou o Secretário-geral do PCP. Segue a intervenção na íntegra:
Força necessária e insubstituível que marca a diferença
«Permitam-me que vos saúde, que saúde todas as componentes da CDU – o Partido Ecologista «Os Verdes», a Intervenção Democrática e todos os independentes que dão corpo a este projecto democrático e unitário – e saúde, particularmente, neste primeiro acto público da candidatura da CDU às eleições para o Parlamento Europeu, Ilda Figueiredo, que agora apresentamos como primeira candidata da nossa lista às eleições do próximo dia 7 de Junho.
«Trata-se de uma escolha que cremos plenamente adequada, quer em função do valioso trabalho que Ilda Figueiredo tem vindo a desenvolver como deputada quer considerando as suas capacidades para poder, num momento de aguda crise económica e social, ser uma voz destacada do projecto e das propostas alternativas do PCP e da CDU para Portugal e para Europa e, com os outros candidatos e as forças que integram a CDU, travar a próxima batalha eleitoral com reconhecida audácia e convicção.
«Saudação especial ainda para Pedro Guerreiro, também deputado do Parlamento Europeu, pelo seu importante e dedicado trabalho que muito valorizou, neste quinquénio, a nossa intervenção e representação colectiva no Parlamento Europeu.
«A CDU apresenta-se às próximas eleições para o Parlamento Europeu com a consciência e a tranquilidade de quem tem um valioso trabalho e uma dedicada intervenção ao serviço de Portugal e dos portugueses.
«As provas dadas pelos deputados eleitos da CDU em todos os domínios da política comunitária; com a sua presença constante junto dos trabalhadores, dos diversos actores e instituições dos mais variados sectores da vida económica, social e cultural do País, assumindo as suas justas aspirações e propondo no Parlamento e nos órgãos da União Europeia a solução dos seus problemas; o seu acompanhamento e presença solidária nas pequenas e grandes lutas dos trabalhadores portugueses e das populações, confirmam a CDU como a força necessária e insubstituível que marca a diferença e afirma a ruptura com o pantanoso consenso comunitário das políticas de direita e neoliberais que PS, PSD e CDS-PP não só avalizam como defendem e promovem.
«Força que afirma na sua voz distinta e coerente a defesa da soberania e independência nacional, pelo direito dos portugueses a decidirem da política económica, monetária e orçamental do nosso país e das suas relações comerciais, mas também a defesa dos seus sectores produtivos e do emprego. Força que se levanta contra as políticas que reduzem e liquidam direitos dos trabalhadores, que está na primeira linha da luta contra as injustiças e a precariedade, que assume como suas as batalhas em defesa dos serviços públicos e da garantia do direito dos portugueses à saúde, ao ensino, à cultura e à protecção social. Força firme e determinada na defesa do ambiente e da qualidade de vida dos portugueses, de uma real coesão económica, social e territorial.
«É renovando estes compromissos com os interesses e justas aspirações dos trabalhadores e do povo português que nos lançamos neste combate com a mesma e inabalável determinação de trabalho e de luta por uma vida melhor, a mesma e assumida vontade de continuar a fazer da CDU um reconhecido e amplo espaço de participação e de intervenção democrática, de convergência de lutas e ideais, aquela convicção própria dos que se não acomodam e não se resignam às dificuldades e confiam num Portugal de progresso e numa Europa de paz e de cooperação.
Reforçar a votação
«As eleições para o Parlamento Europeu abrem um ciclo eleitoral, cujos resultados conjuntos podem contribuir, a par com a luta dos trabalhadores e do nosso povo, para abrir caminho a uma política alternativa para o País e dar um importante contributo na afirmação de um processo de ruptura com a actual integração capitalista europeia. À importância específica das eleições para o Parlamento Europeu se lhe acrescenta, por isso, a relevante influência que uma boa votação na CDU e o reforço da sua representação no Parlamento terão na potenciação de uma forte e decidida dinâmica eleitoral para as eleições que temos pela frente.
«O reforço da votação e o êxito da CDU nas eleições para o Parlamento Europeu assumirão um particular significado no dinamismo do esclarecimento e combate à política de direita e será um contributo, não só para abrir as portas a expressivas votações da CDU nas eleições legislativas e autárquicas, mas também para a criação de condições para a derrota da ofensiva anti-social e antipopular levada a cabo pelo Governo PS/Sócrates e que crescentemente põe em causa aspectos essenciais do nosso regime democrático.
«Ofensiva que está bem patente no ataque ao Serviço Nacional de Saúde, na contra-reforma da Segurança Social e da Administração Pública, na revisão do Código de Trabalho e na deterioração da já injusta distribuição do rendimento nacional, em resultado de uma política que penalizou severamente os rendimentos do trabalho – os salários e as reformas.
«No momento em que damos este primeiro passo da nossa candidatura às eleições para o Parlamento Europeu, o nosso país vive um clima de grande instabilidade económica e social.
«Depois de oito anos de estagnação e débil crescimento económico que acentuou o atraso do País e a sua divergência com os níveis de desenvolvimento médio dos países da União Europeia, Portugal está agora atolado numa recessão de consequências sociais desastrosas e brutalmente penalizadoras das condições de vida dos trabalhadores e do povo português. A dupla crise com que o País está confrontado – a nacional que há muito se manifesta e que progressivamente vem debilitando o País e agravando todos os problemas nacionais e a crise internacional que está a ampliar todos esses problemas – revela em toda a sua extensão o resultado das desastrosas políticas nacionais e comunitárias que, no fundamental, assumiram e concretizaram o programa neoliberal dominante.
«O País resistente à crise da propaganda governamental, o País de sucesso e imune aos efeitos externos que José Sócrates e o PS ostentavam ainda há meia dúzia de meses por virtude dos sucessos da sua governação, apresenta a sombria perspectiva do continuado e dramático agravamento do desemprego, da precariedade, das contas externas, nomeadamente da nossa balança comercial, de um acelerado endividamento externo. Problemas que se aprofundarão ainda mais com a contínua destruição dos sectores produtivos nacionais que está em curso se, entretanto, não se mudar o rumo das políticas que lhe dão origem.
Promessas abandonadas
«Na Europa e no nosso país, os responsáveis pela condução de tais políticas vêm agora alijar as suas responsabilidades e querem explicar toda esta evolução negativa apenas pelo agravamento da situação internacional, ao mesmo tempo que tentam instrumentalizar a crise a seu favor. São os mesmos que fazem o mal que, agora, fazem uma contristada caramunha, apontando o dedo a causas longínquas, indefinidas e imprevisíveis e à ganância de alguns.
«As políticas que promoveram a desregulamentação financeira, as privatizações, a livre circulação de capitais, a financeirização da economia e a economia de casino, em detrimento da produção real e das condições de vida dos trabalhadores e dos povos são agora cobertas pelo diáfano manto do maior controlo e de uma melhor regulação por onde continuam a correr a especulação financeira da livre circulação de capitais e dos off-shores.
«Em Portugal, à sombra da crise global do sistema capitalista, passaram a esconder que o desemprego e a precariedade já tinham atingido, antes de se declarar tal crise, os mais elevados níveis históricos no nosso país, tal como o endividamento das famílias, das empresas e do Estado e que muito antes dessa mesma crise se manifestar, os grandes objectivos proclamados e as grandes promessas de criação de crescimento económico e desenvolvimento, de mais emprego, de melhoria de condições de vida, incluindo a prometida reforma mínima de 300 euros para todos os reformados, tinham sido abandonados e estavam postos em causa por uma governação que tudo sacrificou aos interesses do grande capital e à política de cega obediência aos neoliberais critérios do Pacto de Estabilidade e do défice.
«Défice que o Governo transformou em troféu da sua governação, apesar de obtido com o exclusivo esforço dos salários dos trabalhadores, dos impostos maioritariamente pagos por quem trabalha, do corte nos serviços públicos e no investimento. Troféu que hoje já não é porque se estilhaçou em planos anticrise para salvar o grande capital e que os portugueses não vêem e não sentem na resolução dos seus problemas. Planos anticrise que, além da sua comprovada ineficácia revelam, no plano europeu, a falácia do discurso da solidariedade, da entreajuda, da resposta unida e coesa, com o directório das potências a decidir e a impor a cada Estado o “cada um por si”.
País mais pobre
«O Governo do PS, na hora do balanço, o que tem para apresentar aos portugueses é um País mais pobre, mais dependente, mais deficitário e mais vulnerável, com enormes desigualdades sociais e maiores desequilíbrios regionais, com os mesmos problemas, alguns agravados, que o País tinha antes do início deste Governo.
«Um problema central permanece no horizonte da nossa intervenção e da luta. Os que hoje conduzem a política europeia querem a todo o custo e por cima da vontade dos povos consagrar em tratado as orientações e as políticas que servem os grandes interesses monopolistas e estão na origem do agravamento dos problemas económicos e sociais dos trabalhadores e dos povos.
«Daí a insistência dos dirigentes da União Europeia no projecto da dita constituição europeia, a qual, depois de rejeitada pelos povos da França e da Holanda, foi retomada durante a presidência portuguesa, rebaptizado de projecto de Tratado de Lisboa, marco da cedência absurda e inadmissível de aspectos centrais da soberania portuguesa, do aprofundamento do neoliberalismo, do federalismo e do militarismo, para dar mais poder ao directório das potências europeias, para impor militarmente, se necessário pela força das armas, conjuntamente com a NATO, com o objectivo supremo da defesa dos seus grupos económicos e financeiros.
«O seu objectivo é asfixiar o direito soberano dos povos a escolher o seu caminho de desenvolvimento e progresso, sobrepondo esse documento à própria Constituição da República Portuguesa. O seu propósito, e é importante denunciá-lo com todas as letras, é passar a uma nova fase da integração imperialista para, como bloco económico, político e militar, abrir espaço e favorecer as condições que permitam a maximização dos lucros das grandes empresas multinacionais e reforçar e ampliar as acções de domínio no plano mundial, em convergência no essencial com os EUA.
«Nós dizemos, como o têm dito e continuarão a dizer os deputados da CDU, que vamos eleger para o Parlamento Europeu, que outra Europa é possível!
«Uma Europa de cooperação entre Estados soberanos e iguais em direitos e deveres, fundada na real convergência e coesão económica e social entre países e regiões, de paz e solidariedade, amizade e cooperação com todos os povos.
«Uma Europa que recusa a política de ingerência e a guerra.
«Uma Europa aberta ao mundo, respeitadora dos direitos dos migrantes e não uma Europa fortaleza.
«Uma outra Europa que se constrói com a luta dos trabalhadores e dos povos e com a convergência e o reforço das forças de esquerda e do progresso.
«A vida já mostrou que a luta dos povos pode impor revezes à União Europeia do grande capital. Assim foi nos referendos sobre o Tratado Europeu. Outras vitórias são possíveis e necessárias!
«Esta outra Europa que é possível, constrói-se por isso e também dando mais força à CDU – uma força que luta, uma força de luta! Constrói-se com a continuação do valioso trabalho dos deputados eleitos nas listas da CDU. Constrói-se com uma forte votação na CDU – o verdadeiro voto para penalizar e derrotar as políticas de direita do governo do PS e da União Europeia.
«A CDU é a única força cujo reforço eleitoral e político pode pôr fim à alternância e abrir portas à construção de uma alternativa política. A grande força que junta, que une e torna mais próxima a possibilidade duma ruptura com a política de direita, que não se limitou nem limita a dizer “Basta!”, que tudo fará também dizendo “Sim, é possível uma vida melhor!”.»
«Trata-se de uma escolha que cremos plenamente adequada, quer em função do valioso trabalho que Ilda Figueiredo tem vindo a desenvolver como deputada quer considerando as suas capacidades para poder, num momento de aguda crise económica e social, ser uma voz destacada do projecto e das propostas alternativas do PCP e da CDU para Portugal e para Europa e, com os outros candidatos e as forças que integram a CDU, travar a próxima batalha eleitoral com reconhecida audácia e convicção.
«Saudação especial ainda para Pedro Guerreiro, também deputado do Parlamento Europeu, pelo seu importante e dedicado trabalho que muito valorizou, neste quinquénio, a nossa intervenção e representação colectiva no Parlamento Europeu.
«A CDU apresenta-se às próximas eleições para o Parlamento Europeu com a consciência e a tranquilidade de quem tem um valioso trabalho e uma dedicada intervenção ao serviço de Portugal e dos portugueses.
«As provas dadas pelos deputados eleitos da CDU em todos os domínios da política comunitária; com a sua presença constante junto dos trabalhadores, dos diversos actores e instituições dos mais variados sectores da vida económica, social e cultural do País, assumindo as suas justas aspirações e propondo no Parlamento e nos órgãos da União Europeia a solução dos seus problemas; o seu acompanhamento e presença solidária nas pequenas e grandes lutas dos trabalhadores portugueses e das populações, confirmam a CDU como a força necessária e insubstituível que marca a diferença e afirma a ruptura com o pantanoso consenso comunitário das políticas de direita e neoliberais que PS, PSD e CDS-PP não só avalizam como defendem e promovem.
«Força que afirma na sua voz distinta e coerente a defesa da soberania e independência nacional, pelo direito dos portugueses a decidirem da política económica, monetária e orçamental do nosso país e das suas relações comerciais, mas também a defesa dos seus sectores produtivos e do emprego. Força que se levanta contra as políticas que reduzem e liquidam direitos dos trabalhadores, que está na primeira linha da luta contra as injustiças e a precariedade, que assume como suas as batalhas em defesa dos serviços públicos e da garantia do direito dos portugueses à saúde, ao ensino, à cultura e à protecção social. Força firme e determinada na defesa do ambiente e da qualidade de vida dos portugueses, de uma real coesão económica, social e territorial.
«É renovando estes compromissos com os interesses e justas aspirações dos trabalhadores e do povo português que nos lançamos neste combate com a mesma e inabalável determinação de trabalho e de luta por uma vida melhor, a mesma e assumida vontade de continuar a fazer da CDU um reconhecido e amplo espaço de participação e de intervenção democrática, de convergência de lutas e ideais, aquela convicção própria dos que se não acomodam e não se resignam às dificuldades e confiam num Portugal de progresso e numa Europa de paz e de cooperação.
Reforçar a votação
«As eleições para o Parlamento Europeu abrem um ciclo eleitoral, cujos resultados conjuntos podem contribuir, a par com a luta dos trabalhadores e do nosso povo, para abrir caminho a uma política alternativa para o País e dar um importante contributo na afirmação de um processo de ruptura com a actual integração capitalista europeia. À importância específica das eleições para o Parlamento Europeu se lhe acrescenta, por isso, a relevante influência que uma boa votação na CDU e o reforço da sua representação no Parlamento terão na potenciação de uma forte e decidida dinâmica eleitoral para as eleições que temos pela frente.
«O reforço da votação e o êxito da CDU nas eleições para o Parlamento Europeu assumirão um particular significado no dinamismo do esclarecimento e combate à política de direita e será um contributo, não só para abrir as portas a expressivas votações da CDU nas eleições legislativas e autárquicas, mas também para a criação de condições para a derrota da ofensiva anti-social e antipopular levada a cabo pelo Governo PS/Sócrates e que crescentemente põe em causa aspectos essenciais do nosso regime democrático.
«Ofensiva que está bem patente no ataque ao Serviço Nacional de Saúde, na contra-reforma da Segurança Social e da Administração Pública, na revisão do Código de Trabalho e na deterioração da já injusta distribuição do rendimento nacional, em resultado de uma política que penalizou severamente os rendimentos do trabalho – os salários e as reformas.
«No momento em que damos este primeiro passo da nossa candidatura às eleições para o Parlamento Europeu, o nosso país vive um clima de grande instabilidade económica e social.
«Depois de oito anos de estagnação e débil crescimento económico que acentuou o atraso do País e a sua divergência com os níveis de desenvolvimento médio dos países da União Europeia, Portugal está agora atolado numa recessão de consequências sociais desastrosas e brutalmente penalizadoras das condições de vida dos trabalhadores e do povo português. A dupla crise com que o País está confrontado – a nacional que há muito se manifesta e que progressivamente vem debilitando o País e agravando todos os problemas nacionais e a crise internacional que está a ampliar todos esses problemas – revela em toda a sua extensão o resultado das desastrosas políticas nacionais e comunitárias que, no fundamental, assumiram e concretizaram o programa neoliberal dominante.
«O País resistente à crise da propaganda governamental, o País de sucesso e imune aos efeitos externos que José Sócrates e o PS ostentavam ainda há meia dúzia de meses por virtude dos sucessos da sua governação, apresenta a sombria perspectiva do continuado e dramático agravamento do desemprego, da precariedade, das contas externas, nomeadamente da nossa balança comercial, de um acelerado endividamento externo. Problemas que se aprofundarão ainda mais com a contínua destruição dos sectores produtivos nacionais que está em curso se, entretanto, não se mudar o rumo das políticas que lhe dão origem.
Promessas abandonadas
«Na Europa e no nosso país, os responsáveis pela condução de tais políticas vêm agora alijar as suas responsabilidades e querem explicar toda esta evolução negativa apenas pelo agravamento da situação internacional, ao mesmo tempo que tentam instrumentalizar a crise a seu favor. São os mesmos que fazem o mal que, agora, fazem uma contristada caramunha, apontando o dedo a causas longínquas, indefinidas e imprevisíveis e à ganância de alguns.
«As políticas que promoveram a desregulamentação financeira, as privatizações, a livre circulação de capitais, a financeirização da economia e a economia de casino, em detrimento da produção real e das condições de vida dos trabalhadores e dos povos são agora cobertas pelo diáfano manto do maior controlo e de uma melhor regulação por onde continuam a correr a especulação financeira da livre circulação de capitais e dos off-shores.
«Em Portugal, à sombra da crise global do sistema capitalista, passaram a esconder que o desemprego e a precariedade já tinham atingido, antes de se declarar tal crise, os mais elevados níveis históricos no nosso país, tal como o endividamento das famílias, das empresas e do Estado e que muito antes dessa mesma crise se manifestar, os grandes objectivos proclamados e as grandes promessas de criação de crescimento económico e desenvolvimento, de mais emprego, de melhoria de condições de vida, incluindo a prometida reforma mínima de 300 euros para todos os reformados, tinham sido abandonados e estavam postos em causa por uma governação que tudo sacrificou aos interesses do grande capital e à política de cega obediência aos neoliberais critérios do Pacto de Estabilidade e do défice.
«Défice que o Governo transformou em troféu da sua governação, apesar de obtido com o exclusivo esforço dos salários dos trabalhadores, dos impostos maioritariamente pagos por quem trabalha, do corte nos serviços públicos e no investimento. Troféu que hoje já não é porque se estilhaçou em planos anticrise para salvar o grande capital e que os portugueses não vêem e não sentem na resolução dos seus problemas. Planos anticrise que, além da sua comprovada ineficácia revelam, no plano europeu, a falácia do discurso da solidariedade, da entreajuda, da resposta unida e coesa, com o directório das potências a decidir e a impor a cada Estado o “cada um por si”.
País mais pobre
«O Governo do PS, na hora do balanço, o que tem para apresentar aos portugueses é um País mais pobre, mais dependente, mais deficitário e mais vulnerável, com enormes desigualdades sociais e maiores desequilíbrios regionais, com os mesmos problemas, alguns agravados, que o País tinha antes do início deste Governo.
«Um problema central permanece no horizonte da nossa intervenção e da luta. Os que hoje conduzem a política europeia querem a todo o custo e por cima da vontade dos povos consagrar em tratado as orientações e as políticas que servem os grandes interesses monopolistas e estão na origem do agravamento dos problemas económicos e sociais dos trabalhadores e dos povos.
«Daí a insistência dos dirigentes da União Europeia no projecto da dita constituição europeia, a qual, depois de rejeitada pelos povos da França e da Holanda, foi retomada durante a presidência portuguesa, rebaptizado de projecto de Tratado de Lisboa, marco da cedência absurda e inadmissível de aspectos centrais da soberania portuguesa, do aprofundamento do neoliberalismo, do federalismo e do militarismo, para dar mais poder ao directório das potências europeias, para impor militarmente, se necessário pela força das armas, conjuntamente com a NATO, com o objectivo supremo da defesa dos seus grupos económicos e financeiros.
«O seu objectivo é asfixiar o direito soberano dos povos a escolher o seu caminho de desenvolvimento e progresso, sobrepondo esse documento à própria Constituição da República Portuguesa. O seu propósito, e é importante denunciá-lo com todas as letras, é passar a uma nova fase da integração imperialista para, como bloco económico, político e militar, abrir espaço e favorecer as condições que permitam a maximização dos lucros das grandes empresas multinacionais e reforçar e ampliar as acções de domínio no plano mundial, em convergência no essencial com os EUA.
«Nós dizemos, como o têm dito e continuarão a dizer os deputados da CDU, que vamos eleger para o Parlamento Europeu, que outra Europa é possível!
«Uma Europa de cooperação entre Estados soberanos e iguais em direitos e deveres, fundada na real convergência e coesão económica e social entre países e regiões, de paz e solidariedade, amizade e cooperação com todos os povos.
«Uma Europa que recusa a política de ingerência e a guerra.
«Uma Europa aberta ao mundo, respeitadora dos direitos dos migrantes e não uma Europa fortaleza.
«Uma outra Europa que se constrói com a luta dos trabalhadores e dos povos e com a convergência e o reforço das forças de esquerda e do progresso.
«A vida já mostrou que a luta dos povos pode impor revezes à União Europeia do grande capital. Assim foi nos referendos sobre o Tratado Europeu. Outras vitórias são possíveis e necessárias!
«Esta outra Europa que é possível, constrói-se por isso e também dando mais força à CDU – uma força que luta, uma força de luta! Constrói-se com a continuação do valioso trabalho dos deputados eleitos nas listas da CDU. Constrói-se com uma forte votação na CDU – o verdadeiro voto para penalizar e derrotar as políticas de direita do governo do PS e da União Europeia.
«A CDU é a única força cujo reforço eleitoral e político pode pôr fim à alternância e abrir portas à construção de uma alternativa política. A grande força que junta, que une e torna mais próxima a possibilidade duma ruptura com a política de direita, que não se limitou nem limita a dizer “Basta!”, que tudo fará também dizendo “Sim, é possível uma vida melhor!”.»